terça-feira, 4 de agosto de 2009



Sete Desencontros não Publicados ou Adeus, campo de centeio

Se eu não matar
Alice diariamente, a linha em branco
Foge
Depois morre nas montanhas feito espuma no nada.

Como um cigarro paralítico
uma lésbica triste
ou um elefante desnutrido
observo as paisagens andarilhas da menina.

Não me atrevo a gritar
Nem tentar fingir que pareço grande coisa.
A cortina que leva embora a sua voz
Despedaça-se em lamentos periódicos:

se é minguante, amor, coma uma estrela

uma cereja

uma sereia

ou a droga da última linha, em branco, para acabar de vez com a minha dor.


(Ricardo Chagas)

2 comentários:

Fábio Dantas disse...

Meu amigo, que coisa linda.
Linda, triste, serena, consciente de sua palidez.

Depois venho aqui e desconstruo melhor.

Por hora, apenas isso.

ana f. disse...

!!!