segunda-feira, 29 de setembro de 2008



Vida


Estou de volta em meu

Único rumo.

Quando retorno do trabalho

Uma garota branca me espera.

 Mãos-dadas, chá da tarde...

Dia-a-dia, sempre-sempre.


Sinto, finalmente, as costuras

Da droga da bola de baseball.


(Ricardo Chagas)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008



Oceanos

 

1. Oceano Autobiográfico (A Não-Vastidão)

 

Fixa dentro de mim

Teu nome, a ânsia, “Eduarda”...

Presente imóvel

Dos dias que ainda não vivi

E já se passaram.

 

Cortei o cabelo

Tirei o esmalte

E a maquiagem.

 

Acho que virei homem.

 

Perdi meus amigos

As minhas musas

Para fora de mim.

 

Às vezes fora uma espuma

Ou a falta dos autobiográficos.

O mar por sua vez canta

 

Para Eduarda. As noites

Outrora, perdições nada empolgantes,

Sereias sem voz. Um traço, uma vírgula...

E dentro de mim Ágata traçando

Nossas reticências infinitas.

 

2. Bravura dos ecos de Eduarda


Sonharia! Fecho as mãos

E caio do penhasco.

Um
Beijo. (Sem

Nome).

 

Mesmo quando as pessoas vão embora

Eduarda não chora, nunca, nunca...!

 

3.Teu Amor


Se em uma noite qualquer

Eduarda e Ágata viessem

A se conhecer

 

Os beijos seriam muitos

Os olhos seriam gastos

E o sal que os machucam

Cortaria somente os lábios.

 

(Ricardo Chagas)

 

sábado, 6 de setembro de 2008


 

A Vida, esta Colher

 

I have measured out my life with coffee spoons;

 – T.S.Eliot

 

Todos tentam poesias sobre a vida

(Ou senão, tentam enxerga-la como uma poesia).

Até agora não me tenho lembrado de

Nada que eu tenha lido que parecesse

Um pouco mais que um breve e curto suspiro.

(A praça parada é pior do que parece).

 

Claro, a vida é monótona e tudo o mais

E não devia ser descrita em versos.

Às vezes, somos parte duma prosa mal-escrita,

Outras vezes, dum roteiro daqueles filmes que ninguém gosta.

 

(A Poesia são só os sonhos que não se realizam nunca!

E esta é a única parte deste poema que presta...)

 

Peço a todos vocês, sejam poetas ou não:

Não encarem a vida com tanta poesia nem

Façam poesias muito belas sobre a vida. Já não basta

A prosa ruim e o roteiro horrível. Para que, me digam,

Idolatrar (afinal, a poesia é para isso),

 

Uma coisa que no final das contas, te deixará abandonado

(E pior de tudo, aposentado) num banco de pedra da praça?

Vejam bem, nem melancólico é! Eu não consigo sequer

Fazer rimas. A vida, essa real a qual vivemos, é uma prosa que acaba

Com pombos achando que nossos pés são migalhas de pãozinho.