terça-feira, 12 de junho de 2012




Ainda Há Tempo (ou “Poema Perdido e Rural de Dia dos Namorados”)

há quebras, viagens longínquas à riachos desimportantes.
há camas, lençóis bordados e conchas noturnas.
há pedras, panelas, bacias, casinhas, cachorros, cabritos e porcos.
há sonhos e noites dentro de noites mais pretas ainda.

atrás do riacho fizemos a fogueira tão rodada e circular.
atrás das conchas navegamos por oceanos frios com marinheiros mal-humorados.
atrás do cabriteiro há as lendas e os contos, e duas cadeiras de palha estendidas para lermos romances de ficção juntos.
atrás da noite mais preta há o seu sorriso estrelar, a única coisa que me anegreja quando há luz no dia.