Plastic Palace Bia
Reviso meus textos e não encontro nada que preste.
Guarda roupa, um túmulo de alices esquecidas no além-alma.
Como cansa rabiscar “Alice” em todos os meus poemas.
Suspiro a vida que sempre será a mesma. As mudanças drásticas não existem ou
Prejudicam a saúde.
Coloco meu chapéu de caça vermelho e saio a procura de vida na cidade pacata. Um vaga-lume vermelho me mostra o caminho, mas eu encontro um morro, uma avenida e alguns amigos.
Passam os carros importados que acabaram de sair do sexto casamento da minha prima. Ela deve ter uns cento e dez anos, parece jovem e é eterna.
O motorista da avó não avó está usando pela primeira vez o perfume noite que ganhou no natal da sobrinha que pensava estar grávida e não estava. É um homem negro e triste que sorri.
Eu e meus amigos subimos o lado esquerdo do morro, a avenida cruza; o morro direito é escuro e sem vida.
Em cima do morro esquerdo descansa um templo protestante futurista: fontes ao redor e em cima da instituição branca chamam meu nome mais feminino:
- Biaaaaaaaaa (o céu anoitecido come meu coraçãozinho sensível)
Dentro do templo, a água escorre no chão e casais de negros conversam sobre a infância enquanto um homem com cabeça de piano chora melodias no palquinho.
Um balão enorme azul dourado com uma criança, uma moça de cabelos curtos e um cachorro de rua voam perto da lua pálida.
As pessoas dormindo chamam. Mas ninguém acorda.
5 comentários:
Análise do ofício, das entranhas do processo...
Texto fragmentado, como um sonho impreciso.
Um sonho cheio de medo, fugas e esperança... sim, esperança.
Várias pessoas distintas, desconectadas, quase que de universos paralelos.
Mas que dançam juntas no teu sonho.
“Em cima do morro esquerdo padece um templo protestante futurista e fontes ao redor da instituição branca chamam meu nome mais feminino.
Escorre do teto do templo, também, um pouquinho de água mágica e música. O chão está brilhante como cristal e várias casais negros jantam ali. Eles batem o pé na água que escorre e falam sobre a infância.”
Esse trecho é belíssimo.
Quem viajou fui eu...
Beatriz?
já escutou graveola e o lixo polifônico?
vc nao esta nada bem ein???...não no sábado.
Rix... Pra mim são poemas tão pessoais, que só trazendo para o MEU pessoal pra entender... E ainda assim continuam mais do que obra de arte...
Quem diria que esses são escritos pela mesma pessoa que escrevia aqueles primeiros =p E eu lembro que não chegavam perto de ser o que vc escreve hoje....
Admiro seu talento.
Grande abraço =]
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