terça-feira, 17 de junho de 2008



Batom dos Peixes (Dança das Sereias Marroquinas)

A borboleta voava, aflita
Pelas casas dos mil sonhos;
O homem torto que afogava
Era um velho amigo e marinheiro.

Desbravava inquieto os corações
Ilegíveis daquelas musas putas:
Beatriz Sofia Luísa Mary Anne
E todas outras garotas mudas...

Silenciada a alma, como se fosse
Café frio espalhado nas geleiras;
Noites que passavam tão frias
Horas incalculadas, sempre secas...

Depois de tantos invernos morenos
O velho marinheiro tentou de novo
Não conseguiu nada e voltou bêbedo
Pelas noites mortas, como um vândalo.


(Ricardo Chagas)



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